segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Muitas notícias!

Olá, ovelheiros e ovelheiras de plantão! Como vão as coisas?

Este final de semana eu estive no Paraná, na 2a. Mostra de Ovinos e Caprinos de Campinha Grande do Sul e Região. Os criadores de lá montaram uma Associação, e me convidaram para dar uma palestra durante a exposição dos animais. Foi muito bacana, e o pessoal de lá é nota 10.

Eles (e todos os outros criadores de ovinos de corte do estado) estão com uma dificuldade muito grande para conseguir desenvolver bem sua atividade: simplesmente não existe, no estado do Paraná inteiro, um único frigorífico habilitado a abater ovinos com inspeção estadual ou federal. Resultado: não é possível comercializar legalmente carne ovina produzida lá entre municípios. Fácil, não é? Segundo os criadores, a demanda não é um problema, pois ela existe e remunera bem. O problema é não poder atendê-la pela limitação com os frigoríficos.

Vale lembrar: caraças de animais abatidos em frigoríficos com inspeção municipal só podem ser comercializadas naquele município. Quando a inspeção é estadual, podem ser vendidas dentro do estado inteiro, e quando a inspeção é federal (SIF) o produto pode ser comercializado em qualquer parte do país ou exportado.

É por dificuldades como essa que o abate clandestino de ovinos é tão elevado no Brasil. E é por situações assim que muitas vezes eu acredito que, apesar de todos os pesares, do tamanho reduzido das propriedades, das terras serem tão caras, do preço alto dos insumos, da dificuldade com a mão de obra, da menor popularidade da carne de cordeiro (será?) no nosso estado de São Paulo, da cana de açúcar ter tomado as áreas que antes produziam grãos e outros produtos que poderíamos usar para alimentar as ovelhas, somos sim muito privilegiados na ovinocultura paulista.

É como eu já disse em uma outra palestra, acredito sim que estamos caminhando a passos largos aqui no estado (e no Brasil como um todo) para profissionalizar a ovinocultura de corte (e de leite!!!! ADORO ovinos leiteiros... meu plano de aposentadoria é ter ovelhinhas leiteiras e comer queijo todo dia... hahaha). Mas de vez em quando aparece uma notícia de situações tão difíceis por aí que quase me desanimam. QUASE. Sou um ser otimista por natureza, e vejo a ovinoultura crescendo, aparecendo e melhorando dia a dia. E seguimos assim.

Por falar em frigoríficos, e enquanto os colegas ovelheiros do Paraná sofrem com isso, recebi uma notícia MARA há duas semanas: saiu o credenciamento no SISP (Serviço de Inspeção Estadual de SP) de um abatedouro aqui de Leme para abater ovinos!!! Não é lindíssimo?! Andei averiguando a veracidade dos fatos, mas me parece que a informação procede, mesmo. Só não consegui descobrir ainda se o abatedouro já está operacional ou não (detesto gente que não retorna ligação... Já comentei sobre a minha ira contra prestadores de serviço aqui no blog em outra ocasião... Não retiro uma vírgula...).

Se tudo correr bem, isso me permite vender meus cordeiros por um preço muito bom para a VPJ, que é aqui do lado, em Pirassununga, mas não possui abate próprio. Sem o frigorífico aqui de Leme, eu teria que levar os cordeiros para ser abatidos muito longe, o que não compensa porque o frete sairia muito caro para a minha pequena escala (transitória!!! hei de chegar um dia ao meu lote de 80-100 cordeiros, capaz de fechar um caminhão!).

Ou seja, não adianta nada ter frigoríficos inspecionados para abater, se a sua escala não é suficiente para justificar o frete até eles... E eu (e mais um montão de criadores) fico na dependência de vender meus lotes de cordeiros para atravessadores que me pagam um valor inferior ao de mercado, ou de vender pontualmente por um valor muito bom a pessoas"avulsas" que compram os animais vivos para abater e fazer um churrasco...

A outra boa notícia é que corre na rádio-peão que há interesse em formar um núcleo de criadores aqui na região! Com apoio da Secretaria da Agricultura e tudo mais! Aleluia, irmãos! Força na peruca! Acho que agora vai mesmo! Mantenho vocês informados.

Na próxima postagem eu vou falar melhor sobre os meus planos para a ovinocultura do sítio. Estamos caminhando bem, e até continuamos dentro do cronograma, apesar dos contratempos do primeiro ano de atividade.

Beijocas!

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