terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Época de manicure

Bom dia, pessoas!

Semana passada começamos a casquear o rebanho. Na verdade este é um manejo que não tem data muito certa para nós: normalmente fazemos à medida que as ovelhas vão parindo, e casqueamos as borregas quando elas têm cerca de 5-7 meses. A época agora é bem propícia para o manejo, devido às chuvas e à umidade constante à qual os cascos ficam expostos.

Os carneiros precisam de casqueamento mais frequente, pois ficam confinados quando não estão em estação de monta, e seus cascos crescem muito rápido. Aliás, quem tem Dorper e White sabe como os cascos deles crescem rápido! Costumamos aparar os cascos deles a cada 2-3 meses, de acordo com a necessidade, e sempre repassamos antes do início da estação de monta. Afinal, eles precisam acompanhar as ovelhas nos piquetes, e é um pouco demais exigir isso deles se sentirem desconforto para caminhar...

Uma coisa que aprendemos é que, quando se tem limitação de tempo de funcionários, o melhor é não concentrar o casqueamento do rebanho todo em apenas alguns dias. É um manejo que acaba tomando bastante tempo, e muitas vezes acaba com a paciência do casqueador... Sério, tentem casquear 20-30, ou mais ovelhas em um só dia. Parece que elas vão ficando cada vez com menos vontade de cooperar. Por isso, e porque casqueamento mal feito pode machucar o animal e deixar passar problemas desapercebidos, é melhor fazer aos poucos.

Por exemplo, começamos pelas fêmeas que estamos secando. Casqueei 15 há 3 dias, e hoje mais 13. Em mais duas manhãs devem estar todas ok. As ovelhas gestantes também estão precisando de atenção, mas não gosto de agitar fêmeas no final da prenhez. Pancadas na barriga podem aumentar a possibilidade de natimortos, e o estresse do manejo também pode ter consequências ruins, como a antecipação de partos. Como felizmente não temos problemas de foot-rot, vamos esperar essas fêmeas parirem. No momento em que as pegarmos para verificar úbere e curar o umbigo dos cordeiros, aproveitamos para aparar os cascos e passar idodo 10% ou Formoped em quem precisar.

Também é importante dizer que aqui não fazemos pedilúvio, pois realmente não temos necessidade. Quando algum animal aparece mancando normalmente é por algum início de broca (aquele buraquinho preto que se forma no casco junto à linha branca da muralha). Nestes casos, basta aparar e limpar a área afetada. As bactérias que causam esse problema são anaeróbias, então a ventilação costuma ser suficente. Aplicamos também, como citei, iodo 10% (o mesmo de curar umbigo de cordeiro) ou Formoped, um spray comercial com formol que funciona muito bem.

Mas é importante compreender que o mais importante no casqueamento é o manejo PREVENTIVO. Não espere o rebanho começar a mancar para casquear. Manter os cascos dos animais em ordem é muito mais barato e dá muito menos trabalho que esperar o problema se agravar. Além disso, problemas de cascos estão entre os top 5 aspectos mais prejudiciais ao bem estar dos ovinos, pois além de causarem dor e desconforto, prejudicam a capacidade de caminhar e, no caso de animais a pasto, de se alimentar.

Então pegue logo sua tesoura ou canivete, e mãos à obra!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Piquetes novos! Quase!

Gente, novidade boa pra contar!

Finalmente a nossa segunda linha de piquetes está ficando pronta! Acho que semana que vem ela já poderá ser estreada, pelo lote de ovelhas desmamadas. =)




São seis piquetes ligados por um corredor. Mantivemos a tela campestre no perímetro do rotacionado, mas desta ves fizemos as subdivisões com cerca paraguaia de 6 fios de arame liso.

Ainda falta colocar os balancins (dois entre cada mourão... ovelhas parecem bagre ensaboado quando querem varar cerca... rs) e as porteiras, mas já está quase, quase.

Fizemos porteiras largass entre os piquetes, para facilitar o manejo de adubações. Assim o trator ou o caminhão não precisam manobrar muito, e nem é necessário desmontar cercas.

Em seguida plantaremos árvores em cada piquete, algo que eu já gostaria de ter feito há dois anos, mas que nunca dá certo por algum motivo... Deste verão não passa.

Posto fotos novas assim que as primeiras meninas botarem os pezinhos lá! =)

Beijocas!

Contando cordeirinhos... para abate!

Pessoas!

Eu comentei aqui mais de uma vez que os cordeiros desse último lote de nascimentos foram os melhores que já criamos até hoje. Pois é, eles são mesmo... rs

Começamos o desmame há alguns dias, lembrando que há uma diferença de 45 dias entre os mais velhos e os mais novos, devido à duração da estação de monta. Os mais velhos completaram ontem 4 meses de idade, e já vendemos alguns. Eles estão com 34-40 kg de peso vivo, com escore corporal ótimo, e prontos para abate. Lindos.

Eu realmente atribuo a homogeneidade do lote à infusão de White Dorper. Mesmo em cruzamento com Santa Inês e com fêmeas de diferentes níveis de sangue Dorper, os cordeiros estão super semelhantes.

Sempre tem um monstrinho... rs Esse é absurdamente comprido! De longe, o mais pesado do lote...

Visão geral do lote.


As cordeiras são um caso à parte, já que já ficou bem claro por aqui que borregas são as minhas favoritas... rs Elas estão maravilhosas, e certamente serão ótimas mães aqui no sítio. Estrutura ótima, fortes, bem constituídas, largas, profundas e L-I-N-D-A-S.

As meninas...
Eu sou louca por essas duas... a branca e marrom é uma coisa que dá vontade de agarrar e não largar mais... kkk (#aLoka)

Realmente recomendo o cruzamento entre as raças Dorper e White Dorper, e não canso de dizer como a qualidade dos carneiros é importante mesmo em rebanhos comerciais, principalmente pra quem está formando rebanho, produzindo as futuras matrizes. Nossos meninões estão dando show, assim como o carneiro que nosso amigo Kiko nos emprestou na última estação.

Um beijo,

Camila

Tigrão!

Olá, Pessoas! Tudo bem?

Sei que andei (bastante) relapsa com o blog, mas não desisti não... rs Estava faltando tempo, mesmo. Este post, por exemplo, é um dos que eram pra ter sido colocados aqui ainda no ano passado, mas né... rs

Tenho o prazer de apresentar o nosso novo amigo, o Tigrão. Lógico. Mais um cachorro... rs Ele foi resgatado do canil municipal de Pirassununga, com a ajuda da querida Kiky. Não resistimos a essa cara de "meu malvado favorito"... rs Ele foi "contratado" pelo Sítio Paraíso para morder visitantes noturnos, claro. Mas ele ainda está em fase de adaptação, já que apresenta um interesse um tanto quanto "gastronômico" pelas ovelhas... rs

Não é o primeiro nem será o último a precisar de umas broncas pra deixar as bichinhas quietas. Tigrão também tem uma outra característica interessante: ele não é muito fã de homens... rs Com mulheres ele é um xuxuzinho, mas e bem desconfiado com os cuecas de plantão. Bom, eu sou um caso à parte, já que tenho um dom natural pra estragar cachorros... rs Ele rola, deita, dá a pata, pede cafuné e chora, mas é só com a tia aqui... rs

As fotos foram tiradas logo que ele chegou, por isso está magrinho assim. Ele já está bem mais roliço... rs



Ele ficará bem, e em breve será mais um canino feliz e solto pelo Sítio.

Um beijo!

Camila

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Precisando desabafar...

Olá, pessoas! Tudo bem?

Aqui não está. Olha, todo mundo está careca de saber que eu sou uma apaixonada pela atividade, que eu adoro as ovelhas (minhas e de terceiros... rs), que gerenciar e manejar esses bichos é minha paixão e minha vida. Mas tem dias em que as coisas fogem do controle, e começam a dar errado por fatores externos, sobre os quais você não tem poder nenhum de fazer nada. E esses dias são o pesadelo de todo produtor ou técnico.

Estamos numa fase dessas aqui no sítio. Parece que todos os bandidos da região resolveram querer comer cordeiro. Ou boi. Ou vaca. Ou porco. Ou qualquer outro animal que não seja deles. O sítio foi invadido nem sei mais quantas vezes nos últimos meses, e os ladrões só não levaram nada graças ao exército de cachorros e à espingarda do caseiro.

Na semana entre o Natal e o Ano Novo a coisa mudou um pouco, e pra pior. Quando o caseiro saiu com o trator para buscar palha de arroz para a cama das ovelhas entraram dois homens armados, (às 7:30 da manhã, plena luz do dia) renderam a esposa dele, que estava sozinha, botaram a arma na cabeça dela, fizeram ameaças, agrediram, roubaram objetos dela e do marido, e foram embora felizes da vida. Aquele pampeiro que vocês podem imaginar, e provavelmente já vivenciaram.
Depois vem aquela rotina com a qual eu já estou bem familiarizada, de delegacia, boletim de ocorrência, dizer os possíveis suspeitos, blablabla.

Dessa vez eu acabei no comando da PM, pedindo pra intensificarem as rondas na região do sítio, que é terrível no quesito assaltos. Comandante, policial, patrulha rural, soldado, dor de cabeça, telefonema, blablabla. A ronda agora entra no sítio, fica lá um pouco e tal. Mas eles têm folga. E os ladrões sabem. E os ladrões voltam. Entre o nosso sítio e o do vizinho, foram 3 invasões em 3 noites seguidas. Agora me diz: QUE MAIS EU POSSO FAZER????

Cachorros (que dessa vez tiveram o gostinho de sentar os dentes nos dois invasores), alarmes, gansos, espingarda, patrulhamento, atenção da PM inteira (acho que eu virei "a pentelha do Sítio Paraíso"... dane-se. vou continuar no pé deles até pegarem os infelizes.), iluminação... O que eu estou vendo é que se eu não encontrar um jeito de acabar com essa farra, vou perder o meu funcionário que não aguenta mais não dormir de noite. E se eu perder o meu funcionário... bem, amigos da Rede Globo... Aí a porca torce o rabo de vez. Não se acham dois dele por aí. Todo mundo tá cansado de saber que mão de obra pra ovinocultura é um gargalo fortíssimo, e o meu funcionário é exemplar.

E quando eu digo "eu tenho que achar uma solução", sou EU, mesmo. Ninguém faz absolutamente NADA, nem a polícia civil, nem os outros vizinhos que já foram roubados mil vezes. Sobrou pra eu carregar a vizinhança toda nas costas, mais uma vez. Cansada dessa palhaçada.

O negócio é visualizar que é uma fase, que vai passar, que eu vou resolver essa porcaria como já resolvi um monte de abacaxi. Só espero que o meu caseiro espere...

Posto aqui novidades assim que eu tiver...

Abraços,

Camila